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Junho
O brasileiro toma gosto por ir à rua
Manifestações em vários Estados, inicialmente contra o aumento de tarifas de transporte público, levam milhares às ruas. Os protestos logo viram mostra de insatisfação geral contra os políticos. A aprovação do governo Dilma cai 27 pontos e fica abaixo dos 30%.
Março
A lama da Petrobras respinga no governo
O doleiro Alberto Youssef é acusado de negociar com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, grandes empreiteiras e fornecedores da estatal. Ambos são presos e os desvios em obras da Petrobras se tornam o principal foco da investigação que ganhou o nome de Lava Jato.
Junho
Marketing e negação da realidade
Em busca da reeleição, Dilma nega a necessidade de cortar despesas ou aumentar tributos para equilibrar as contas públicas, prevê que o país crescerá em 2015, garante que manterá o nível de emprego e atribui a expectativa de um cenário complicado ao “pessimismo” de alguns setores.
Outubro
A reeleição por margem mínima de votos
Após uma campanha com intensa polarização, Dilma derrota o senador Aécio Neves (PSDB-MG). É reeleita com 51,6% dos votos, uma diferença de apenas 3,4 milhões. É a menor diferença em um segundo turno desde a redemocratização, o que resulta num governo fraco com uma oposição muito disposta.
Novembro
As manifestações recomeçam
As primeiras de uma nova leva de manifestações, contra o governo federal, tomam Brasília, Rio e São Paulo. Dilma anuncia ministros e Joaquim Levy na Fazenda. Os eleitores de Dilma criticam a decisão – significa que o governo cortará gastos, na contramão das promessas de campanha.
Fevereiro
A ascensão de Eduardo Cunha
O governo Dilma sofre uma derrota histórica com a eleição do peemedebista Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados. Ele bate o petista Arlindo Chinaglia, nome indicado pelo Planalto. A eleição de Cunha é o primeiro passo para o esfacelamento da base aliada de Dilma.
Junho
“Pedaladas fiscais”, a nova questão nacional
O Tribunal de Contas da União (TCU) questiona as contas do governo de 2014. Os ministros do TCU encontraram indícios de irregularidades, entre elas as chamadas “pedaladas fiscais”, manobras irregulares para aliviar as contas públicas, que ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Junho
Eduardo Cunha, ferido, reage
Eduardo Cunha anuncia rompimento político com o governo Dilma. O peemedebista acusa o Planalto de articular com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incriminá-lo. Janot denuncia Cunha ao STF em agosto e, em dezembro, pede que ele seja afastado do cargo.
Agosto
O novo recorde de Dilma - agora, de reprovação
Após bater recordes de aprovação no primeiro mandato, a presidente chega a uma taxa de reprovação de 71%, a pior da história, superando os 68% registrados pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello em setembro de 1992. A inflação aumenta e a previsão é que atinja a pior taxa em 13 anos.
Setembro
A tardia tentativa de ajuste das contas
O governo entrega novas explicações sobre as contas de 2014 ao TCU. De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), não houve violação da Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo anuncia pacote de corte de gastos e propõe a volta da CPMF. Dias depois, o dólar bate a marca de R$ 4.
Outubro
O impeachment vira um risco real para Dilma
A presidente Dilma anuncia reforma ministerial e entrega as Pastas da Saúde e da Ciência e Tecnologia ao PMDB. Tenta formar nova base de apoio no Congresso. Parlamentares da oposição entregam a Cunha um pedido de impeachment elaborado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
7 de Outubro
Contas reprovadas
O Tribunal de Contas da União (TCU) reprovou por unanimidade as contas da gestão de Dilma Rousseff em 2014. O órgão recomendou que o Congresso Nacional reprovasse a prestação de contas de Dilma. As 15 irregularidades apontadas pelo TCU teriam causado distorções de R$ 106 bilhões no orçamento.
Novembro
Um senador governista na cadeia
Por decisão do STF, o senador petista Delcídio do Amaral é preso. É acusado de obstruir a Lava Jato. É a primeira vez, desde 1985, que um senador é preso durante o mandato. O petista ofereceu mesada de R$ 50 mil para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechar acordo de delação premiada.
Dezembro
Golpes duros de Cunha e Temer
Cunha aceita pedido de impeachment e estipula prazos para a criação de comissão de deputados para emitir um parecer sobre a abertura do processo. Michel Temer envia carta a Dilma reclamando de ser um “vice decorativo” e da desconfiança que o governo tem em relação ao PMDB.
Março
A Lava Jato chega à maior estrela do PT
A Lava Jato chega ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de um mandado de condução coercitiva. São intimados a depor sua mulher, Marisa Letícia, seus dois filhos, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna. Após o depoimento, Lula é liberado.
Março
A maior de todas as manifestações
Na maior manifestação da história do país, milhões de brasileiros vão às ruas num domingo, 13 de março, em pelo menos 239 cidades nas cinco regiões, pedir a saída de Dilma Rousseff da Presidência da República. No mesmo mês, há grandes manifestações a favor do governo.
16 de março
O principal homem da presidente
Dilma anuncia que Lula será o novo ministro-chefe da Casa Civil. O juiz Sergio Moro, do Paraná, divulga gravação de um telefonema entre Dilma e Lula, em que ela diz que mandaria o termo de posse para ele assinar em “caso de necessidade”. A nomeação para o cargo de ministro garantiria foro privilegiado a Lula.
17 de março
Dilma, sem Lula, enfrenta o impeachment
Lula é empossado ministro, mas pedidos expedidos por diversos juízes para impedir o processo levam o STF a barrar a nomeação. A Câmara elege, em votação aberta, a comissão de impeachment com 65 membros. A eles, cabe a tarefa de elaborar e votar um parecer sobre o afastamento de Dilma.
11 de abril
O processo avança para o plenário da Câmara
O parecer é aprovado por 38 votos a 27 em uma sessão tensa, que dura mais de nove horas e é marcada por bate-bocas e provocações entre parlamentares governistas e da oposição.
17 de abril
O voto que aprovou o impeachment
Com o voto do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), completaram-se os 342 votos necessários para a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma na Câmara. Se acatado pelo Senado, Dilma será afastada até o fim de se julgamento. Se condenada, Dilma perderá o mandato.
18 de Abril
A tortura de Dilma
Em sua primeira declaração pública depois da decisão da Câmara dos Deputados, Dilma compara a decisão à tortura na ditadura militar e sinaliza estratégia de questionar no Supremo Tribunal Federal do mérito da denúncia de fraude no Orçamento da União.
19 de abril
Senado dá prosseguimento ao rito
O presidente do Senado, Renan Calheiros começa a tramitação do processo na Casa. Os líderes partidários têm 48h para indicar os nomes que irão compor a Comissão do Impeachment.
20 de abril
Crise econômica se agrava
O desemprego atinge 10,2% no trimestre que vai de dezembro de 2015 até fevereiro de 2016. É a primeira vez que a taxa atinge dois dígitos e o maior nível registrado pela pesquisa do IBGE, que começou a ser feita em 2012.
21 de abril
Michel temer ataca
Em uma entrevista de 24 minutos ao jornal “The Wall Street Journal”, o vice-presidente Michel Temer criticou a associação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff a um golpe de Estado e demonstrou incômodo com a acusação de ser traidor.
23 de abril
Dilma fala em golpe em evento da ONU
Durante pronunciamento em assembleia da ONU, Dilma trata da crise política que atinge o Brasil e faz um apelo aos brasileiros para evitar qualquer “retrocesso” democrático.
25 de abril
Comissão do Senado inicia os trabalhos
O plenário do Senado elege a Comissão Especial do Impeachment que tratará do pedido contra a presidente Dilma Rousseff. São eleitos 42 integrantes, 21 titulares e 21 suplentes. O presidente da comissão é Raimundo Lira (PMDB-PB).
2 de maio
Fraude é o verdadeiro nome das “pedaladas”
O procurador Júlio Marcelo Oliveira, representante do Ministério Público Federal no Tribunal de Contas da União (TCU), depõe no Senado à comissão especial do impeachment. Ele afirma que o governo Dilma incorreu em “contabilidade destrutiva” e “fraude fiscal”. E acrescenta: “pedaladas” e “contabilidade criativa” são eufemismos.
4 de maio
Câmara impede PT de limpar as contas
Os deputados rejeitam a medida provisória 704, de 2015, que autorizava o governo a usar recursos definidos no orçamento de 2014 para cobrir despesas obrigatórias no exercício de 2015. A MP havia sido editada pelo governo em dezembro de 2015, depois de o TCU já ter rejeitado a prestação de contas do governo de 2014.
5 de maio
Cunha é afastado da Câmara dos Deputados
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o mandato e afastou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. Cunha é investigado na Operação Lava-Jato. Cunha foi o comandante que fez o processo de impeachment de Dilma tramitar alta velocidade pela casa.
6 de maio
Comissão aprova parecer do impeachment
Por 15 votos a cinco, os senadores da comissão que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma aprovam o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), que pede a abertura do processo.
9 de maio
Interino da Câmara tenta anular o impeachment
O presidente interino da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), tenta anular a sessão que aprovou a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, realizada na Casa no dia 17 de abril. Maranhão acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.
10 de maio
Maranhão volta atrás e mantém processo
O presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu na madrugada de terça-feira revogar a decisão que proferiu no dia anterior para tentar anular a sessão da Câmara que aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
10 de agosto
Comissão decide seguir com o impeachment
A Comissão do Impeachment aprova por 14 votos a 5 o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que considera procedente o pedido de impeachment de Dilma.
10 de agosto
Plenário segue com o processo
O plenário do Senado aprova por 59 votos a 21 a continuidade do processo de impeachment de Dilma.
31 de agosto
Dilma sofre impeachment e deixa a Presidência
O Senado decidiu pelo impeachment de Dilma, mas manteve seus direitos políticos. Isso significa que, embora seja afastada da Presidência, Dilma pode ocupar outros cargos públicos.
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